A Rússia vem desenvolvendo uma arma ultra-sofisticada que pode destruir a
rede elétrica dos Estados Unidos e condenar à morte milhões de
pessoas.
E pior: aliados de Vladimir Putin também já possuem ou estão em vias de
obter tal arma, o que pode mudar o equilíbrio de forças a favor de
nações inimigas da democracia.
Imagine uma arma secreta que emitisse raios gama capazes de danificar a
rede elétrica de um país inteiro, inutilizar aviões, armas, bombas
atômicas e submarinos; e destruir satélites, componentes eletrônicos e
computadores, interrompendo todo o sistema de comunicações. Imagine
ainda que essa arma, ao ser detonada, fizesse parar de funcionar
aeronaves e mísseis em pleno voo, ou mesmo destruir todo o arsenal
nuclear inimigo. Pode parecer coisa de vilão de história em quadrinhos
ou de filmes de 007, mas não é. É algo muito próximo de se tornar
realidade e que vem sendo desenvolvido pela Rússia há mais de 50 anos.
Há suspeitas de que a China e a Coréia do Norte também já possuam
tecnologia para construir essa superarma. Ela se chama EMP:
Electromagnetic Pulse (Pulso Eletromagnético).
Mas em que consiste exatamente o EMP? Conforme explica o analista militar e escritor Jeffrey Nyquist, é uma ogiva nuclear detonada em elevada altitude - entre 30 e 200 quilômetros de altura -, onde o campo magnético da Terra é mais forte. O impacto da explosão não atingiria a superfície do planeta, mas geraria um pulso eletromagnético com um raio de milhares de quilômetros, e capaz de penetrar em equipamentos eletrônicos e na rede elétrica, causando um pico de energia gigantesco que literalmente “fritaria” os circuitos. Quanto maior a altitude da explosão, maior o raio de ação. Dessa forma, o país atingido deixaria de funcionar, ao ter a sua rede de energia seriamente afetada, e voltaria ao século XIX, com consequências catastróficas. Segundo Nyquist, os Estados Unidos deixaram de desenvolver sua própria versão da bomba de pulso eletromagnético, e estão vulneráveis a um possível ataque conduzido por seus inimigos. Hoje em dia, já se sabe que a Rússia mantém o mais avançado arsenal nuclear do mundo, e que também possui superioridade nuclear no campo de batalha europeu, segundo relatou Nyquist em artigo traduzido para o Mídia Sem Máscara, em março de 2015. E não somente a Rússia, mas a China também está em vias de superar tecnologicamente os EUA no arsenal nuclear.
Após o teste nuclear conduzido pela Coréia do Norte no começo de setembro – o segundo realizado em 2016 e o mais poderoso até agora, com potência de 10 quilotons (http://edition.cnn.com/2016/09/11/asia/south-korea-north-korea/ ) as autoridades da Coréia do Sul já se preparam para um eventual conflito militar envolvendo armas atômicas contra seu vizinho. Desde 2009, o exército norte-coreano já realizou cinco testes nucleares, e analistas internacionais temem que, em breve, o país seja capaz de implantar ogivas nucleares em seus mísseis de longo alcance. Segundo o analista de segurança nacional americano Peter Vincent Pry, é possível que a Coréia do Norte já tenha feito testes nucleares envolvendo o EMP. Em um deles, realizado em maio de 2009, a emissão em altos níveis de raio gama, combinada com uma explosão relativamente pequena de 3 quilotons (http://www.financialsense.com/contributors/jr-nyquist/emp-and-the-shield-act ) podem ser uma indicação de que o regime ditatorial de Pyongyang
estivesse fazendo experimentos com o pulso eletromagnético, utilizando
tecnologia recebida da Rússia.
Peter Vincent Pry também é diretor da EMP Task Force, comissão que atua no congresso americano, e afirma que um ataque de pulso eletromagnético (http://www.vice.com/read/we-asked-a-military-expert-how-scared-the-us-should-be-of-an-emp-attack-508 ) reduziria drasticamente o acesso da população dos EUA a alimentos, uma vez que um corte no fornecimento de energia prejudicaria toda a infra-estrutura de fornecimento, deixando a populança sem comida. “Nove entre cada dez norte-americanos morreriam de fome”, afirma. Por sua vez, o site Secrets of Survival enumera uma curiosa lista de lugares a serem evitados no caso de um ataque de EMP e dá dicas de sobrevivência. Apesar dos alertas parecerem
exagerados à primeira vista (desde elevadores até hospitais devem ser
evitados, e as pessoas devem recorrer a bicicletas para meio de
transporte), o site apresenta argumentos bastante convincentes e dá uma
boa idéia do caos que reinaria em tal situação.
Em abril do ano passado, o exército dos EUA começou a armazenar
equipamentos em bunkers para protegê-los de um possível ataque. Um
desses abrigos, localizado sob a montanha Cheyenne, no Colorado, e que
data dos tempos da Guerra Fria, estava desativado até recentemente, mas
voltou a operar, ao receber aparelhos de comunicação do Comando do
Espaço Aéreo Norte-Americano (NORAD). Nos últimos anos, dois projetos de
lei regulamentando a criação de um sistema de proteção da
infra-estrutura da rede elétrica norte-americana contra danos letais
chegaram a tramitar no congresso daquele país, mas não obtiveram
aprovação. O mais recente deles, conhecido como Shield Act, conseguiu
passar na Câmara dos Deputados, mas acabou barrado no Senado. Pelo menos
nisso o governo de Barack Obama resolveu agir e está investindo 1
bilhão de dólares para tornar o NORAD mais resistente a um ataque
nuclear envolvendo o pulso eletromagnético. Mas será que essas medidas
são suficientes? O quão protegida estaria a população dos EUA - e a dos
demais países do Ocidente -, na eventualidade de um ataque de EMP?
Além da Rússia, da China e da Coréia do Norte, o Irã pode estar próximo de fabricar sua primeira bomba atômica. Mesmo assim há, entre os conselheiros de Obama, quem demonstre total ignorância do problema, como é o caso de Peter W. Singer, consultor de Estado-Maior do presidente norte-americano. Em uma entrevista, em abril de 2016, Singer classificou como "piada” a hipótese de um ataque de EMP. Enquanto muitos dentro do Congresso americano e da administração Obama consideram fantasiosa e exagerada essa ameaça, as nações inimigas da democracia vem desenvolvendo armas cada vez mais sofisticadas e letais, o
que poderá em breve causar um desequilíbrio de forças que pode ser
decisivo para o Ocidente.