Devido às regras dos vistos, muitos médicos imigrantes estão a
ser proibidos de ajudar a combater a pandemia de covid-19 fora do
hospital em que trabalham.

Embora Shantanu Singh, médico especializado em pneumologia, trabalhe na Virgínia, o seu emprego permitia-lhe facilmente viajar para Nova Iorque, um dos Estados mais afetados no país, para ajudar durante os seus dias de folga. E, como explicou ao The Intercept, Singh gostaria de o fazer. “É o que sou treinado para fazer”, explica o médico de origem indiana.
No entanto, é ilegal ir para um destes locais que
tão desesperadamente precisam de ajuda médica. O seu visto de imigrante
deixa-o incapaz de ter um trabalho remunerado ou até voluntário em
qualquer hospital que não tenha patrocinado o seu visto.
Singh não é um caso único nos Estados Unidos. Tal como ele, devido às regras dos seus vistos, outros 10 mil profissionais de saúde estão proibidos de trabalhar em qualquer hospital para além daquele em que estão empregados.
Mais do que um em cada quatro médicos os Estados Unidos são
imigrantes. Os vistos permanentes de imigração norte-americanos,
conhecidos por green cards, são atribuídos por país e há uma lista de espera particularmente longa para cidadão indianos.
Três quartos dos dos trabalhadores que aguardam pelo visto, cerca de
700 mil, são oriundos da Índia. Espera-se que sensivelmente 200 mil deles morram de velhice antes de lhes ser atribuído um green card.
“Ficamos a olhar enquanto pessoas treinadas como
urologistas ou cirurgiões ortopédicos estão a ser chamados para ajudar.
Eles até estão a pôr estudantes de medicina na linha da frente”, lamenta
Ramakrishna Yalamanchili, médico indiano imigrado na Virgínia. “Quero
ser voluntário onde precisam de nós. Queremos ajudar a impedir a propagação antes que ela chegue aqui”.
https://zap.aeiou.pt/medicos-impedidos-ajudar-coronavirus-318004
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